RNA - Tipos e funções
RNA: Tipos e Funções
Existem quatro tipos principais de RNA, todos transcritos de moldes de DNA por RNA-polimerases e possuindo a mesma estrutura química básica. Eles têm tamanhos diferentes e possuem sequencias de bases desiguais que determinam funções específicas.
RNA HETROGÊNIO
Este tipo de RNA encontrado apenas em eucariotos e seu tamanho pode variar de 5.000 a 50.000 nucleotídeos. É o primeiro passo da transcrição, forma-se a partir do DNA e grande parte dele nunca sai do núcleo. É formado por regiões codificadoras que são transcritas (exons) e regiões não codificadoras que não são transcritas (íntrons), por isso ele é muito mais longo do que a informação que codifica. Os íntrons são segmentos de RNAhn cortados no núcleo, como parte do processamento do RNA mensageiro. Após a excisão dos íntrons, os segmentos remanescentes (os exons) se reúnem para formar o RNA mensageiro. A excisão dos íntrons e a reunião dos exons fazem parte desse processamento.
Cerca de 90% do RNAhn é degradado durante este evento, os restantes 10% sendo reunidos do RNA mensageiro, que se dirige ao citoplasma. As funções dos íntrons e a razão pela qual os genes não são contínuos ainda não são conhecidas. Uma hipótese é a de que os íntrons sirvam como espaçadores para facilitar a recombinação entre os exons. Nem todos os genes, entretanto possuem íntrons, como por exemplo, os genes que codificam as histonas (proteínas básicas que, juntamente com o DNA e outros componentes, constituem os cromossomos).
RNA MENSAGEIRO (RNAm)
O RNA mensageiro transfere a informação contida nos genes estruturais para as sequências de aminoácidos que formam os polipeptídios. O RNAm é relativamente estável e possui de 350 a 5.000 nucleotídeos. Durante seu processamento, são adicionados cerca de 200 nucleotídeos de adenina á extremidade 3’, constituindo a chamada sequência-poli-A ou cauda poli-A. Existe uma hipótese de que esta sequência esteja associada á estabilidade do RNAm no momento em que ele chega ao citoplasma. Outra modificação pós-transcricional do RNAm que pode ocorrer é o capping, isto é a adição de um trifosfato de metilguanina á extremidade 5’ do RNAm, no núcleo. Este evento parece ter grande efeito na tradução do RNAm, pois confere vantagem quanto ao início da síntese proteica, em relação ao RNAm sem capping.
RNA TRANSPORTADOR (RNAt)
É também transcrito do DNA, sendo relativamente pequeno, com 70 a 90 nucleotídeos. É estável, possuindo moléculas altamente especializadas que são importantes para a síntese de proteínas e o tornam apto a reconhecer e a ligar-se a aminoácidos e a códons determinados no RNAm. Cada aminoácido possui um ou mais RNAt que lhe são específicos. Esta especificidade depende de uma série de enzimas complexas, as aminoacil-RNAt-sintetases, existindo uma destas para cada RNAt. Numa Dada região um conjunto igual de número de bases no RNAm. Essas bases do RNAm denominam-se códon e as do RNAt, anticódon. É o anticódon o responsável pelo reconhecimento do códon correto.
RNA RIBOSSÔMICO (RNAr)
Este tipo de RNA está presente nos ribossomos, organelas compostas de RNA e proteínas, nas quais se dá a tradução genética, ou seja, a síntese proteica. Os ribossomos são os constituídos de duas subunidades, de tamanhos diferentes. Estes são determinados pelo coeficiente de sedimentação (S), que é a medida da velocidade com que uma partícula sofre sedimentação, quando ultracentrifugada. Quanto maior o valor de S, maior será a molécula. Os ribossomos dos procariotos consistem de partículas de 30S e 50S que, quando juntas, comportam-se como uma partícula de 70S. Os ribossomos dos eucariotos são um pouco maiores, a subunidade maior apresentando 70S e a menor 40S; quando unidas, comportam-se como uma partícula de 80S. Cerca da metade do conteúdo ribossômico é constituído pelo RNAr. Os ribossomos são os responsáveis pela interação entre o RNAt e o RNAm, facilitando o reconhecimento entre os códons e anticódons.